sexta-feira, 27 de março de 2009

e no caminho avistar o Castelo Montemor-o-Velho





Da Câmara Municipal do Montemor-o-Velho

O Castelo deve ter tido ocupação desde tempos pré-históricos, conforme os diversos vestígios arqueológicos encontrados. A primeira referência à fortificação remonta ao séc. IX, embora o alcáçar árabe deva ter origem no século anterior. Nesta altura, o recinto fortificado devia resumir-se a pouco mais que a actual zona do castelejo, na coroa da colina. O célebre geógrafo árabe Edrisi refere-se a um castelo muito forte chamado Munt Malur, no séc. XII, altura em que a sua importância é acrescida devido ao processo da Reconquista. Em 990, Almançor tomou o Castelo, reconquistado, em 1006, por Mendo Luz. Em 1088 ou 1095, foi reedificado por Afonso VI de Castela. As partes mais antigas são a base da torre de menagem, onde se empregaram silhares romanos (eventualmente da alta Idade Média), as duas fortes torres junto à Porta do Rosário (poderão ser da época das Infantas), bem como os traçados do castelejo e da cerca principal. No tempo da formação da nacionalidade, com os castelos de Miranda, Penela, Soure e Santa Eulália, formava a cintura avançada do sistema defensivo da cidade de Coimbra, constituindo para os mouros o seu maior incómodo nesta região. Com efeito, o castelo mudou várias vezes de mãos, com as consequentes destruições, sendo definitivamente tomado pelas forças de Fernando Magno em 1064, aquando da tomada de Coimbra. Nesta conturbada época o castelo devia ser formado pelo castelejo e pela cerca principal. O recinto intra-muros é enriquecido no séc. XI com a construção da Igreja da Alcáçova e, no séc. XI ou XII, do Paço das Infantas, que ficará para sempre ligado ao facto de aí ter sido decidida a morte de Inês de Castro. A perda da sua importância geo-estratégica fez com que o castelo se fosse paulatinamente degradando. Em 1109, D. Teresa e seu filho, D. Afonso Henriques, teriam ordenando novas reformas no Castelo. Em 1210-11, deu-se a confirmação papal do legado do Castelo de D. Sancho I a sua filha D. Teresa. Nas lutas entre D. Afonso III e D. Sancho II esteve do lado deste. O Infante D. Pedro mandou-o ampliar com uma faixa de muralhas, pela encosta do monte até ao sopé, pelo lado Poente. O príncipe D. Afonso IV tomou-o na rebelião contra D. Dinis. No século XIV, o Castelo deve ter tido uma reforma geral, sendo provavelmente desta época a barbacã e o cerco Norte. A 15 de Maio de 1875, Damião Luís de Carvalho comprou o cercado Norte (onde está a Capela de S. João) por 16$000 e em 1898 comprou cinco faixas de terreno dentro do castelo, entre a Porta do Rosário e a Igreja da Alcáçova. No ano de 1877, a Câmara expropriou uma porção de terreno para alargar a avenida (revestida a calçada à portuguesa) acessível ao Cemitério, por 17$985. Neste mesmo ano foi construída a torre do relógio. Em 1936, realizou-se a reconstrução dos panos de muralha; em 1940, a consolidação e reconstrução de paredes; em 1958, a instalação eléctrica; em 1969, reparação do poço do Abade João e muralhas próximas, libertação da muralha e sondagens arqueológicas; e em 1986 sofreu obras de beneficiação. Na década de 90 do nosso século, foi instalada uma casa de chá, entre os muros que restam do Paço das Infantas, obra do Arquitecto João Mendes Ribeiro, do IPPAR, já aberta ao público. Associada à torre de menagem está a chamada "Lenda das duas Arcas".

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