sexta-feira, 25 de julho de 2008

Assim a loba pira


Revista Istoé

Arqueologia

A idade da Loba

Símbolo da fundação de Roma, o monumento Lupa Capitolina é mais novo do que se imaginava

O monumento italiano Lupa Capitolina, representando a loba que teria amamentado os gêmeos Rômulo e Remo, lendários fundadores de Roma, é uma das obras mais simbólicas já produzidas pela humanidade. Ele empresta uma origem mítica à criação da cidade e os historiadores sempre acreditaram que fora erigido por volta de 500 anos antes da era cristã. Como é esse monumento que data o nascimento da capital italiana, fixou-se então, logicamente, o surgimento de Roma nesse mesmo período e teria sido o fratricida Rômulo o seu primeiro rei – diz a lenda que ele matou o irmão na disputa pelo poder. Na semana passada ocorreu uma reviravolta envolvendo tal marco: arqueólogos revelaram que a estátua é datada do ano 1300 a. C, ou seja, Roma é mais jovem do que se supunha – pelo menos se continuar a manter a loba como emblema de sua fundação. “Graças a uma falha na escultura, podemos agora confirmar que ela foi construída à base de uma cera persa fundida em um só jato”, declarou a historiadora e restauradora italiana Anna Maria Carruba, que realizou o exame da obra. “Essa era uma técnica utilizada por volta do ano 1300 antes do início da era cristã. E a superfície do monumento não tem os sinais característicos dos bronzes antigos”, avaliza Adriano La Regina, ex-diretor do Patrimônio Cultural de Roma e responsável pela coordenação dos estudos.

A origem do equívoco nas datas remonta ao ano de 1764, quando o filósofo alemão Johann Joachim Winckelmann analisou a estátua e, atento a detalhes, como o de sua representação achatada, concluiu que ela fora feita no ano 500. Essa versão perdurou por séculos, até que La Regina e Anna Maria, valendo- se de recursos tecnológicos impensáveis na época de Winckelmann, pudessem agora reformular o período histórico em que a obra foi esculpida. “Estou maravilhada. Chegamos a uma certeza maior sobre a data de fundação de Roma”, diz ela.

Qual a chave dessa descoberta? Um defeito na pata da loba. Arqueólogos e historiadores realizaram uma varredura nos arquivos dos principais museus italianos e se depararam com registros de uma descrição feita pelo imperador Cícero. Desses registros consta que “a estátua de uma loba fora danificada por um raio”. Recentemente, ela foi então submetida aos mais diversos exames de carbono e a causa da “lesão” não se deve a raio – ela foi motivada, isso sim, pelo material que se fragmentou, e esse material a humanidade não utilizava no ano 500 a .C.
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Pois bem, vejamos: Se 1300 a.C. é anterior a 500 a.C. - pelo menos por enquanto -, como pode dizer "ou seja, Roma é mais jovem do que se supunha"? Então o australopithecus é um neném. A humanidade utilizava o material em 1300 a.C., mas não em 500 a.C. Quem instituiu o decreto da proibição do uso do material mais antigo: mamãe loba? O pequeno "equívoco" é uma diferença de apenas 800 anos? Piremos.

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